3 de maio de 2008

És especial, sabes porquê?

Pelo canto do olho, visualizei-te em mais uma das tuas saborosas escritas. A tua cara, expressando um imenso prazer, cingia-se aos teus olhos, que reviam as escritas já dispostas no teu caderninho, do qual dependes. Sei reconhecer quando precisas de desabafar. Ou talvez penso saber. Quando num momento da tua perfeita simplicidade escreves, logo demonstras uma intíma satisfação. Ninguém compreende esse teu prazer. Talvez porque não depende de nada como tu da escrita...
Agarras a caneta com que escreves, como o oleira agarra o seu barro, o seu instrumento de ofício e de expressão. Pegas numa ideia que te aflora a mente, ainda em bruto e transformas, criando um vaso novo. As linhas do papel do teu caderno são como pautas, onde dispões mais uma das tuas melódicas reflexões, memórias ou histórias imaginadas. Como por um toque mágico, letras surgem no papel, desenhando com a tinta que recheia a caneta em que pegas, movimentos circulares. Quando isto acontece, o Mundo pára. Não há Universo à tua volta, só tu e a escrita.
Quando escreves não existe mais nada, porque toda a gente está no movimento ondulante da caneta sobre o papel. Letras surgem, palavras e frases revelam no que pensas. Pões-te no papel sob forma de palavras. Como o consegues, não sei. Como que através de pózinhos encantados, entras num mundo novo e único, só teu, criado por ti, interdito a todos, mas conhecido até do mais distraído. Ora sorris, ora te comoves. Ora fazes sorrir, ora comoves. Às vezes páras. E tudo volta ao normal. Respiras e o Mundo volta a girar sobre si e sobre o Sol. Tu olhas-me e esboças-me um sorriso só teu, também ele único, como aliás é tudo onde estás. Transformas à tua chegada, à tua passagem. Percebo nos teus olhos quando sentes que concluiste. Depois, relês o que escreveste. Às vezes, não continuas, achas ridículo tudo o que escreveste. Outras vezes, recomeças e concluis onde havias terminado e novamente o Mundo volta a parar. Os relógios dos outros continuam, mas o teu não. Estagna no tempo, num tempo só dele e teu. Porque no teu mundo não há horas, nem minutos, nem segundos...
Como me irei recordar sempre de ti! Fazes imaginar como será o teu mundo, que tanta paz e calma te dá. Tenho um parecido, sabes? Mas não escrevo, represento antes o que outros escreveram, onde sou o que outros imaginaram, sinto o que outros querem que eu sinta, digo o que outros pensaram para eu dizer. Rio e faço rir, choro e faço chorar. Concentro-me no público e no que sentem quando sinto. Como tu te concentras no que crias. A caneta apodera-se de ti, invade-te e já nem dás por ti, já nem te sentes, já nem sabes de ti.
Quando finalmente pensas que concluiste, regozijas-te e passas aquela folha, recomeças a escrita. E lá te volto a visualizar, pelo canto do olho, em mais uma das tuas saborosas escritas...

3 comentários:

a(muse) disse...

Está tão tão, mas tão lindo. É a segunda coisa mais linda do mundo. A primeira és tu :) *

Não te consigo dizer o quanto me puseste feliz quando me deste este texto a ler. Aliás, a minha amizade por ti define-se por uma anormal quantidade de nãos-consigos-dizeres porque, sabes, por mais que me consideres tão dotada, não sou capaz, por mais que queira, descrever um sentimento tão absoluto.

Tu pelo contrário, fizeste este texto. Puseste-me tão contente, não só naquele momento, como em todos os que temos vivido até agora. Mas quando li o texto, fiquei tão contente, para além das palavras. Tu conseguiste. Tu tens uma capacidade brilhante de te decalcares nas emoções alheias, de sentir na pele uma dor que não sendo tua, passa a ser, e que encaras como tua, lidas e exprimes como tua. E, de uma forma única, passa a ser mesmo tua.

De acordo com o que escreveste, de uma forma tão tão doce, eu faço vasos de onde, mais tarde, vão nascer flores, não é querida? Mas não crio nada, não cumpro o propósito para o qual fui feita sem água, sem semente, sem luz, sem terra: daquilo que de mim nasce, também fizeste parte. Também lá estás. É reflexo das pesoas maravilhosas que me rodeiam, que me apoiam constantemente, que são especiais dentro de si mesmas e que nunca se cansam de me surpreender. Não consigo parar de agradecer-te por estares sempre comigo. Não estás sempre fisicamente, mas isso não é o que importa. Há laços que são de aço perante o vento, e o tempo.

Resta-me dizer um fraquinho, mas com toda a força de um abraço, um débil, mas sincero: Obrigada. Por tudo, mesmo. Por seres como és, por teres esse sorriso que ilumina o mundo (não só o meu).

Nikki-chan disse...

Eu pergunto-m kual sera o dia em k God ALLMIGHTY ira aprender a distribuir talentos equally!!

Pk raio so certas pessoas sabem expressar certos sentimentos tao bem!! é a bree, és tu e mais alguns!!

TB KEROOOOO!!! *biirrraa*

Sr. Banana disse...

Lá está o que eu já falei sobre um texto bem escrito: a expressão de um sentimento!(que clichê que isto soa...!)